terça-feira, 2 de abril de 2013

Dirigente do MST é executado por pistoleiros com 15 tiros em Iguaí na Bahia

FOTO/ Photo e Jornalismo


O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) pretende fazer uma manifestação nesta quarta-feira, no sepultamento do militante Fábio dos Santos Silva, assassinado na manhã desta terça-feira, com 15 tiros, na cidade de Iguaí, no sudoeste baiano. Silva, que integrava a direção estadual do MST, foi morto na frente da mulher e da filha, por dois pistoleiros em uma moto que interceptou o veículo ocupado pela família. O movimento vai cobrar a apuração do crime e a punição dos culpados.
Márcio Matos, um dos coordenadores estaduais do MST, lembrou que o colega vinha sofrendo ameaças de morte desde o ano passado, quando foi preso por participar da ocupação da Fazenda Três Lajedos.
— Ele foi um dos seis companheiros presos naquela ocasião. Passou dois meses detido, até que nós conseguimos um mandado de soltura — disse Matos, atribuindo a morte à morosidade da implantação da reforma agrária no Brasil.
— Nós pedimos ao secretário das Relações Institucionais do estado, Cezar Lisboa, para que o governo baiano se empenhe em apurar esse caso — afirmou, lembrando que esta é a quarta morte no ano causada pela questão fundiária no Brasil.
A vítima era pedagogo e havia se especializado em Educação no campo. Chegou a disputar a eleição de vereador no ano passado, mas perdeu. O Diretório Municipal do PT em Vitória da Conquista, maior município da região, divulgou uma nota lamentando o assassinato. “Ele foi executado de forma bárbara, mostrando que a luta pela terra ainda enfrenta a violência sem limites dos latifundiários, que não admitem que o Brasil passe pela necessária transformação social que vai romper velhos modelos de dominação política e econômica para instaurar uma nova sociedade, calcada no mais profundo respeito aos direitos das pessoas, especialmente das classes populares”, diz um trecho, classificando o assassinato de “crime hediondo”.
O caso abalou o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra baiano no momento em que a organização se preparava para a jornada de luta do Abril Vermelho, que lembra os assassinatos em Eldorado dos Carajás. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia designou um delegado especial para investigar o crime.


Fonte: O GLOBO

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