quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A eleição em BH é Cruzeiro versus Atlético

O clima de torcida de futebol tem dado o tom da acirrada disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. Candidato pelo PHS, o engenheiro Alexandre Kalil é alvo constante de torcedores do Cruzeiro por ter ocupado, entre 2008 e 2014, a presidência do rival Atlético Mineiro.
Nas redes sociais, a maior torcida organizada do Cruzeiro, a Máfia Azul, recomenda com todas as letras que ninguém vote em Kalil. No Facebook, o grupo divulgou vídeo antigo em que o ex-dirigente atleticano afirmava que iria “destruir o Cruzeiro”. Junto ao vídeo, a frase agora acrescentada: “Cruzeirense não vota em Kalil”.
A Máfia Azul não está sozinha em campo. Outra grande torcida organizada do Cruzeiro, a Guerrilha Celeste publicou no mesmo Facebook material de linha idêntica: orientam os cruzeirenses a boicotarem Kalil. Uma das publicações teve 6 600 curtidas.
A VEJA, Kalil nega que seja rejeitado pelos torcedores. “Não há nenhum clima de torcida. Pelo contrário. Eu tenho recebido o apoio maciço dos cruzeirenses”, disse. A Máfia Azul rebate a declaração. “Desde a confirmação de que ele disputaria as eleições, fazemos campanha contra”, informa o assessor de comunicação da torcida, Frederick Pasquenelli.
Na última pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, Kalil aparece como segundo colocado na disputa em Belo Horizonte, com 14% de intenção de votos. O cartola é também o político com a maior rejeição na cidade — 20% dos eleitores dizem que não votariam nele sob nenhuma hipótese.
Além de Kalil, outro nome ligado ao Atlético está no páreo: o deputado estadual João Leite, que corre pelo PSDB de Aécio Neves. Com 26% das intenções de voto, lidera pesquisas. Ele foi goleiro do Galo entre 1976 e 1989, tendo conquistado 12 títulos mineiros. Mas as torcidas organizadas do Cruzeiro têm deixado Leite em paz. Mesmo no gramado inimigo, foi um ídolo e o outro, cartola. Leite espera obter votos dos dois times. “Muita gente em Belo Horizonte tem sua preferência por um clube esportivo. Mas, na hora da urna, o que vai pesar mesmo é quem tem as melhores propostas”, diz. A partida está sendo jogada.

(Fonte: Veja)

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