terça-feira, 22 de maio de 2018

Professor de escolinha do Vitória é preso acusado de pedofilia; clube vai processá-lo

Uma notícia chocou os moradores de Buíque (PE), município com quase 60 mil habitantes, que fica 281 quilômetros da capital Recife (PE). José Roberto Henrique da Silva, que se apresentava como representante de uma escolinha do Vitória no estado de Pernambuco, foi preso acusado de abusar dois jovens, um de 14 anos e outro de 15 anos. O fato aconteceu no mês passado, mas só veio à tona nesta segunda-feira (21). De acordo com Drayton Benevides, advogado das vítimas, o treinador solicitou fotos íntimas dos adolescentes e ainda cometeu atos libidinosos após uma partida de futebol no estádio de Buíque. No celular do investigado foram localizadas imagens de cunho pornográfico envolvendo adolescentes, inclusive uma das vítimas. Zé Roberto fazia promessas de vaga no Vitória, em troca de relações sexuais. “Normalmente esses crimes são difíceis de serem descobertos, porque normalmente as vítimas são ameaçadas e temem que algo aconteça a elas e seus familiares. Nesse caso especificamente, iria haver um jogo na cidade de Buíque. Na véspera do jogo, o Zé Roberto foi na casa dos pais dos meninos que moram em Arcoverde, pedir para eles irem dormir na cidade de Buíque que era onde haveria o jogo, pois como o jogo era pela manhã eles iriam ficar concentrados.
De início os pais dos meninos estranharam o fato, mas o Zé Roberto se apresentou como treinador da base do Vitória, e como ele já tinha levado alguns meninos para o Vitória, acabaram deixando. Quando terminou o jogo, a mãe de um dos atletas percebeu que o menino estava muito nervoso e agitado, foi aí que ela começou a questionar o porquê de ele estar agindo assim, foi aí que ele disse o que teria acontecido. Diante disso, ela procurou a polícia para relatar os fatos onde na oportunidade a delegada Cristina Gomes, da cidade de Buíque, após tomar o depoimento dos menores e de outras testemunhas pediu a prisão preventiva do Zé Roberto”, disse o causídico, em entrevista ao Bahia Notícias.
O advogado Márcio Jandir, que representa a família das vítimas no estado da Bahia, revelou a situação emocional dos jovens. “As crianças estão muito abatidas e transtornadas, pois além do trauma que irão carregar pelo resto de suas vidas pelos abusos que sofreram, estão totalmente abaladas pelo sonho que foi frustrado, pois o Zé Roberto prometeu que eles iriam fazer um teste no Vitória, e com o ocorrido isso foi frustrado”, declarou.
O BN teve acesso uma das conversas de Zé Roberto com uma das vítimas.  Em um dos diálogos, ele pediu insistentemente a foto do pênis de um dos adolescentes e prometeu fazer “tudo o que o jovem pedisse”. Após ser questionado, o treinador disse que a imagem seria enviado para “um cara” que iria enviá-lo para um clube de futebol. Draylton Benevides entrou em contato com o departamento jurídico do Vitória, mas não teve um retorno até o momento. “Entrei em contato com o Clube Vitória, onde a princípio fui atendido pela Drª. Juliana Nunes, que me direcionou para o Dr. Manoel Machado, que ficou de nos dar um retorno, mas até o presente momento não obtivemos nenhum retorno”, afirmou.  Zé Roberto foi enquadrado artigos 217-A do Código Penal (ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos) e 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente). Ele pode pegar até 19 anos de prisão.
 Em contato com o BN, o departamento de comunicação do Vitória explicou que Zé Roberto não tinha mais vínculo com a agremiação. O clube vai processar o treinador.  “O Vitória possui contratos de licenciamento com algumas escolinhas, onde o clube apenas cede à marca e o modelo técnico dos fundamentos. Toda parte administrativa, financeira, de pessoal e demais responsabilidades são exclusivas do licenciado, o qual, inclusive, não possui qualquer vínculo de natureza empregatícia com o clube. O caso em pauta é de uma pessoa que obteve essa licença no ano de 2014, mesmo ano em que o contrato se encerrou, não tendo o mesmo sido renovado 2015. ou seja: se o citado senhor atuava de maneira irregular, esse é um fato grave e razão inclusive pela qual o clube tomará as medidas legais cabíveis contra ele”, afirmou a agremiação. (por Glauber Guerra - BN)

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