terça-feira, 5 de junho de 2018

Gilmar Mendes mandar soltar 19 presos pelo juiz da LAVA JATO no Rio, Marcelo Bretas

Após Gilmar Mendes mandar soltar 19, Bretas diz ao ministro que corrupção não pode ser vista como crime 'menor'

Juiz responsável pela Lava Jato no Rio afirma que mandou prender pessoas seguindo o 'rigor do ordenamento jurídico'. Em decisões, Gilmar Mendes afirma que prisões não se justificam.


O juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, enviou um ofício ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no qual afirmou que a corrupção não pode ser vista como um crime "menor".

Procurado, Gilmar Mendes informou que não vai comentar o assunto.

Bretas enviou o documento a Gilmar Mendes após o ministro mandar soltar, nos últimos dias, 19 pessoas presas por ordem do juiz do Rio. Todas elas foram presas na Lava Jato ou em desdobramentos da operação.

"A repressão à organização criminosa que teria se instalado nos governos do estado e município do Rio de Janeiro haveria, como de fato houve, de receber deste juízo o rigor previsto no Ordenamento Jurídico nacional e internacional", diz trecho do documento.

"Casos de corrupção e delitos relacionados não podem ser tratados como crimes menores, pois a gravidade de ilícitos penais não deve ser medida apenas sob o enfoque da violência física imediata. Os casos que envolvem corrupção de agentes públicos têm enorme potencial para atingir, com severidade, um número infinitamente maior de pessoas", acrescenta Bretas a Gilmar.

Somente nas duas últimas semanas, Gilmar Mendes mandou soltar, por exemplo, quatro doleiros presos na Lava Jato; dois integrantes do governo Sérgio Cabral; dois presos na operação Pão Nosso; e um empresário suspeito de fraudar o sistema penitenciário do Rio.

Em todos os casos, o ministro argumenta que as prisões não se justificam e determina medidas cautelares aos investigados.

Crise financeira
No ofício a Gilmar Mendes, o juiz Marcelo Bretas argumenta que a "gravíssima crise financeira" que o Rio de Janeiro enfrenta é um exemplo do reflexo "desse mal" que é a corrupção.

Bretas, então, cita o habeas corpus concedido por Gilmar Mendes a Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio do Rio.

Segundo Bretas, Diniz deveria ser mantido preso porque é suspeito de ter atuado para "desvio de vultuosas quantias" para alimentar a organização criminosa de Sérgio Cabral, ex-governador do estado. 
Fonte: G1

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