sábado, 23 de outubro de 2021

BAYERN: A MÁQUINA DE GOLS (TOSTA NETO)

Nestas primeiras páginas da temporada 2021-2022, o Bayern München apresenta um futebol avassalador, goleando os adversários tanto no Campeonato Alemão como na Liga dos Campeões. Os bávaros são uma engrenagem quase perfeita: marcação alta, ataque com um número expressivo de atletas, recomposição rápida da defesa e constância no gegenpressing (perde pressiona). Porém, por causa do estilo arrojado de marcação, quando o adversário acerta um lançamento longo, os zagueiros do atual campeão alemão sofrem no “mano a mano” diante de atacantes rápidos e habilidosos. Logicamente, uma equipe corre tal risco ao adotar o perfil de marcação supracitado, em contrapartida, o oponente se sente deveras desconfortável na saída de bola.

Apesar da mudança recente de técnico, o Bayern manteve o padrão de jogo das duas temporadas anteriores. A propósito, o atual treinador dos bávaros, Julian Nagelsmann, desde os tempos do RB Leipzig, demonstrava apreço pela ofensividade, fator que foi potencializado em função da qualidade do elenco do clube da Baviera. O ataque do Bayern é insano e promove um “inferno de Dante” na defesa adversária: Lewandowski centralizado, movimenta-se intensamente, além de contribuir com a criação de jogadas; pelas pontas, atacando o espaço em ângulos diagonais, os velozes e agudos Sané e Gnabry, os quais, alternam a titularidade com Coman, um dos melhores dribladores do Velho Continente; Pavard e Davies surgem pelas alas, movimentação que tem como incumbência abrir brechas na defesa do oponente; por fim, Müller, Goretzka e Kimmich se aproximam constantemente do setor ofensivo. Por sinal, este desenho tático nos remete ao 2 – 3 – 5, sistema muito popular nas edições de Copa do Mundo anteriores a 1966, que depois foi eclipsado pelo clássico 4 – 4 – 2 do técnico inglês Alf Ramsey.

Os comandados de Nagelsmann provocam grandes danos nas trincheiras opositoras, fabricando gols em escala industrial. Eis algumas médias de gols por partida que corroboram com a nossa tese: 3,6 na Bundesliga e 4,0 na Champions League. É inequívoca a vocação ofensiva do Bayern, a qual se atrela a um contundente sistema de compactação que dificulta bastante os movimentos de ataque dos adversários. Com tamanho repertório, o time de Neuer, Lewandowski e Müller se credencia como principal favorito da competição de clubes mais cobiçada do mundo; ademais, vislumbra-se o genuíno deca no Campeonato Alemão, feito inédito na história da principal liga nacional daquele país. Enfim, amantes do futebol, contemplem a máquina de gols intitulada Bayern München.

(Tosta Neto, 23/10/2021)

 

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