quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

POR QUE O HOMEM-ARANHA É TÃO QUERIDO? (TOSTA NETO)

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Comecemos este artigo com a seguinte afirmativa: o Homem-Aranha é o super-herói mais querido. No desenrolar textual, tentaremos demonstrar as nuances que fazem do Cabeça de Teia um personagem tão amado pelo público. Tal empreitada argumentativa não será fácil, pois o simbolismo envolto no nosso herói é deveras grande, logo não teremos tempo e espaço para fazer uma análise justa e meticulosa. No tom lacônico que subjaz num artigo, seremos objetivos e apresentaremos as características mais proeminentes do Homem-Aranha. Prezado Leitor, aproveitando o ensejo, mencionamos a obra cinematográfica Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, uma verdadeira apoteose da trajetória do “Amigão da Vizinhança”. Lá no céu, o saudoso Stan Lee deve estar felicíssimo.

Obviamente, o sigilo da identidade do Homem-Aranha traz duas dimensões para este personagem: a humana e a mítica. Iniciemos a reflexão sobre a face humana. Peter Parker é um jovem humilde e endividado; é obrigado a realizar “bicos” e, logo depois, atinge o posto de fotógrafo oficial do Homem-Aranha, suportando, na redação do Clarim Diário, as reclamações constantes do ranzinza J. Jonah Jameson. A propósito, a trilogia estrelada por Tobey Maguire tem uma certa fidelidade aos quadrinhos e expõe um Peter Parker nerd, solícito e objeto de chacota. O que torna este personagem tão querido e complexo é o paradoxo inerente em si: a “fragilidade” de Peter Parker e o heroísmo do Homem-Aranha. Ademais, a vida de Peter se prende a um círculo onde nada dá certo; parece que a Lei de Murphy é uma companheira fiel do garoto do Queens.

É notório que Parker lida com o peso da morte do Tio Ben, fator que foi imprescindível no seu amadurecimento, engendrando uma energia que foi canalizada para o super-herói. Esta condição é algo humano, porque o indivíduo fica mais perseverante perante a perda de um ente querido; a tragédia tem o poder de purificar e fortalecer a humanidade. Prezado Leitor, continuemos com a explanação dos nossos argumentos. O Homem-Aranha é um herói leve, amado por crianças, adolescentes e adultos, cuja índole é movida pelo senso de justiça e benevolência; a vingança não faz parte do seu rol de sentimentos, haja vista, a fantástica cena de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, na qual, o Aranha de Tobey Maguire impede que o Duende Verde seja morto pelo Spider de Tom Holland. De forma literal, o Homem-Aranha não tem as mãos banhadas de sangue, além de ser um herói cativante que traz consigo, em alguns momentos, um espírito jovial e inocente.

O itinerário existencial de Peter Parker é imiscuído por percalços e responsabilidades. A sua vida financeira deficitária é a realidade de inúmeras pessoas no mundo, portanto, este status possibilita uma sensação de empatia pelo personagem. Sem dúvida, Stan Lee foi criterioso e preciso na construção do Homem-Aranha. Por ora, sou persuadido a citar aqui uma reflexão do amigo Jefinho: “Stan Lee resumiu a vida de muita gente com esse personagem”. Simplesmente, Peter Parker é o reflexo do inconsciente coletivo, cuja saga existencial, munida de fé e esperança, o impulsiona a superar as adversidades. Por sinal, o Spider-Man era o personagem preferido daquele “velhinho que aparece nos filmes da Marvel”. Há quem defenda a tese que Peter Parker é o alter ego de Stan Lee.

Consoante os parágrafos anteriores, inferimos que o ser humano tem a tendência psicológica em se identificar com o Homem-Aranha. Apesar do personagem compor o âmbito ficcional de quadrinhos e filmes, ele tem virtudes representativas que constituem o perfil hermético da humanidade. Eis a questão: quem não desejaria saltar de prédios e combater bandidos que perturbam a ordem social? Parafraseando Dorival Caymmi: quem não gosta do Homem-Aranha, bom sujeito não é. É claro que outros heróis são bem-quistos – Batman, Homem de Ferro, Mulher-Maravilha, Capitão América etc. – todavia o Homem-Aranha é diferente, por ser um ícone que perpassa gerações e desperta uma gama de carinho e admiração. Quando se fala no Homem-Aranha, uma carga simbólica suscita na mente, desvelando uma miscelânea de justiça, amizade, resiliência e responsabilidade. Falando em responsabilidade, encerramos este singelo artigo com a proposição mais emblemática do universo dos heróis: “Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.

(Tosta Neto, 22/12/2021)

 

2 comentários:

  1. "Quem não gosta do Homem-Aranha, bom sujeito não é"👏🏽👏🏽👏🏽 Muito bom! Parabéns, Tosta Neto!

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