quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ÍNDIA É O PRIMEIRO PAÍS A POUSAR NO LADO ESCURO DA LUA

Missão Chandrayaan-3 pousou no satélite às 9h33min, no horário de Brasília

A Índia se tornou o primeiro país do mundo a pousar no lado oculto da Lua, nesta quarta-feira (23). A missão Chandrayaan-3 chegou ao polo sul do satélite por volta das 9h33min (horário de Brasília) e fez história com o feito.

O módulo, lançado no dia 14 de julho, alcançou a superfície lunar na manhã desta quarta com o objetivo de averiguar a região inexplorada do satélite em busca de água.

— Ainda precisamos de muito mais detalhes sobre onde e quanta água existe, e saber se toda ela está congelada — comentou Akash Sinha, professor de robótica espacial na Universidade Shiv Nadar University, em entrevista à BBC.

Índia divulgou imagens do lado oculto da Lua

Na última segunda-feira (21), a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (sigla ISRO em inglês) divulgou diversas fotografias do satélite. As imagens do lado oculto da Lua mostraram pontos com enormes crateras na região até então inexplorada.

As fotos foram feitas pela câmera de detecção e prevenção de perigos de pouso do módulo — que captura as imagens de uma altitude de cerca de 70 km. O equipamento auxilia na localização de uma área de pouso segura, sem pedregulhos ou trincheiras profundas.

O registro da câmera indiana detectou as imagens no sábado (19), as quais foram analisadas pela equipe da ISRO para contemplar a missão desta quarta-feira.

Por que é chamado de lado oculto da Lua?

O lado oculto da Lua é a parte do satélite natural do nosso planeta que, justamente, não conseguimos ver da Terra, chamado popularmente também de lado escuro, embora receba iluminação também. Segundo análise do Espaço do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais, enquanto completa uma volta em torno da Terra (movimento de translação), a Lua também realiza uma volta em torno de si mesma (movimento de rotação). Por conta disso, a mesma parte lunar sempre está voltada para nós.

Missões anteriores

A missão Chandrayaan-3 foi a terceira realizada pela ISRO com destino à Lua. Antes, em 2019, o foguete da Chandrayaan-2 sequer saiu do chão: explodiu antes na base de pouso, gerando um prejuízo de US$ 140 milhões na época — o investimento do lançamento desta quarta-feira foi menor, totalizando US$ 80 milhões.

A primeira tentativa da ISRO foi em 2009, com um custo muito parecido com a missão mais recente. O Chandrayaan-1 foi à órbita da Lua em outubro de 2008 e funcionou até agosto do ano seguinte.

Água na Lua

A superfície da Lua tem um terreno repleto de crateras que não recebem luz solar e de temperaturas muito baixas. Apesar disso, a produção de água pode ocorrer por conta do contínuo bombardeio de hidrogênio no vento que vem do Sol e que atinge o solo lunar. Especialistas, como o professor Akash Sinha, não sabem como estão as condições aquáticas no local.

Há, por exemplo, a possiblidade de que ela seja dissolvida no "vidro" lunar, criado quando meteoritos atingem a superfície da Lua, segundo a Nasa, que também explora o satélite natural da Terra e anunciou, em 2020, ter encontrado água na Lua. A missão ocorreu dentro do planejamento indiano. Segundo o perfil oficial da ISRO nas redes sociais, a navegação pelo local continua, conforme previsto no cronograma. No YouTube, o órgão abriu uma transmissão ao vivo para o pouso.

(Fonte: GZH)

 

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