Enfrentando uma das piores crises de sua história recente, os Correios anunciaram um plano de contenção de gastos que prevê uma economia de até R$ 1,5 bilhão já em 2025.
O pacote de medidas inclui pano de demissão voluntária, redução de jornada e reorganização administrativa da estatal que registrou um prejuízo líquido de R$ 2,6 bilhões em 2024. Com isso, entrou para a lista das dez empresas públicas com os maiores déficits no governo Lula.
O rombo é atribuído, em grande parte, à queda nas receitas com encomendas internacionais — mercado que foi fortemente impactado pela nova taxação sobre compras do exterior, a taxa das blusinhas, e peela crescente concorrência com empresas privadas, especialmente no segmento de mercadorias vindas da China, antes dominado pelos Correios.
Para estancar o prejuízo, os Correios decidiram apertar os cintos em várias frentes. O Plano de Demissão Voluntária (PDV), que já estava em curso, teve sua janela de adesão ampliada até maio de 2025 — uma tentativa de estimular saídas negociadas e aliviar a folha.
Dentro da casa, a jornada nas unidades administrativas será enxugada: passa para 6 horas diárias, com corte proporcional de salário. Há também movimentações internas. Carteiros e atendentes serão convidados a atuar temporariamente nos centros de tratamento, com a promessa de um adicional mais vantajoso. Férias, por ora, ficam para depois: quem tinha direito neste ano só poderá usufruir a partir de janeiro de 2026. A sede da estatal, por sua vez, não escapou da tesoura — o orçamento destinado a cargos e funções será reduzido em pelo menos 20%.
Outra medida que muda a rotina é o fim do trabalho remoto: todos devem voltar presencialmente a partir de 23 de junho de 2025, com exceção de quem tiver decisão judicial que autorize o contrário. E até os planos de saúde estão no radar da reestruturação. Uma nova proposta, ainda em negociação com os sindicatos, pretende redesenhar o benefício e cortar 30% dos custos.
A direção afirma que as medidas são essenciais para garantir a continuidade dos serviços e a sustentabilidade da empresa. “Temos a oportunidade de provar, mais uma vez, a força e a resiliência da nossa empresa”, afirma nota interna.
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