Ministério do Meio Ambiente cortará recursos para ONGs
Em entrevista a revista Veja, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles disse que a CGU detectou casos de ONGs que gastaram até 70% dos recursos obtidos com o pagamento de salários para seus integrantes. Contracheques de até R$ 46 mil mensais foram observados.
O ministro disse que não fica claro se o dinheiro recebido por estas ONGs foi utilizado apropriadamente. A suspeita é de que tais organizações embolsaram grandes quantias sem realizar qualquer tipo de serviço em contrapartida — suspeita reforçada por saques de R$ 600 mil na boca do caixa.
Uma série de irregularidades foram detectadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) ao analisar como ONGs empregaram dinheiro oriundo do Fundo da Amazônia.
O Fundo da Amazônia recebe doações da Noruega e Alemanha que seriam supostamente destinadas ao combate ao desmatamento e para o desenvolvimento econômico da região amazônica.
O ministro disse que o governo estimulará empresas privadas a disputar com as ONGs os recursos do Fundo, que é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em conversa com a revista, Salles explicou:
“Nos últimos dez anos, 60 ONGs receberam 800 milhões de reais do Fundo da Amazônia, que é destinado a atividades de preservação, fiscalização e fomento de cadeias produtivas na Amazônia. Só que sob essa rubrica se aprovou muita coisa que é fumaça. Gastaram-se milhões e milhões de reais, por exemplo, para fazer seminários, reuniões e palestras, se é que foram realmente feitos. Em muitos casos, não há comprovação de aplicação dos recursos.”
O ministro acrescentou:
“Há muitos serviços que podem ser contratados diretamente para pessoas jurídicas. Não tem essa necessidade de ser ONG ‘sem fins lucrativos´. Você contrata uma empresa, licita preço, prazo e condições e quem tiver a melhor dessas condições vai levar o contrato.”
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