As redes sociais ocupam um espaço
cada vez maior no cotidiano das pessoas. É inconteste que a popularização dos
smartphones facilitou o acesso à informação, em contrapartida, amplificou a
divulgação de notícias falsas, as famosíssimas fake news. Ademais, a maioria dos internautas não tem a curiosidade
em averiguar a fonte das informações compartilhadas. Qualquer postagem falsa angaria
o status de verdade absoluta, e o próprio compartilhamento desenfreado engendra
um rótulo de incontestabilidade. As fake
news privilegiam imagens e frases curtas com letras garrafais, fator que
demonstra o desinteresse e a preguiça dos internautas pela leitura de textos
mais longos.
Os internautas mais assíduos, os ditos
“gênios” das redes sociais, sentem-se credenciados a opinar sobre quaisquer
assuntos, desde a história da Mongólia até as evidências de vida em Marte.
Entre estes, alguns por falta de ocupação, ficam on-line 48 horas por dia, postando comentários que não saem do mais
do mesmo. O “gênio”, na maioria esmagadora das vezes, não tem leitura prévia
nem conhecimento empírico acerca de determinada temática, mesmo assim, atreve-se
a comentar, comentar e comentar, cujo teor do comentário segue o script do senso comum.
Prezado Leitor, não devo olvidar os
intermináveis debates, sobretudo em períodos eleitorais. Diferentemente da
dialética socrática que objetiva a evolução do conhecimento, quem testemunha
este tipo de debate, desperdiça um tempo valioso, pois lerá um conteúdo deveras
previsível. Os debates supracitados estão infestados de frases feitas,
afirmações sem embasamento filosófico e dados descontextualizados. As
“dialéticas” virtuais têm o seguinte alicerce: Ctrl C – Ctrt V. Os debatedores
adoram esbanjar um suposto domínio sobre toda a teoria do conhecimento,
autoproclamando-se como herdeiros da tradição enciclopedista dos filósofos
iluministas.
Insofismavelmente, a internet é uma
ferramenta fundamental no acesso à informação, ensejando ao leitor a possibilidade
de escolha entre diversas fontes. Graças ao crescimento avassalador da
internet, a televisão perdeu a influência de outrora. A mídia televisa não tem
mais aquele poder nefasto de manipulação. É válido salientar que a expansão da
internet trouxe um agravante: as redes
sociais. Em tempos hodiernos, muitas “figurinhas” por aí são transformadas
em personalidades do mundo virtual. Perante a necessidade de views e likes, inúmeros internautas postam nas redes o passo a passo do seu
cotidiano. No plano virtual, todo mundo é lindo, feliz e inteligente, ambiente
que deixaria a Alice do País das
Maravilhas com inveja. Os zumbis das redes sociais vivem numa bolha virtual
em detrimento do mundo real.
É louvável a liberdade de opinião
vigente no ambiente virtual, mas, há uma banalização no compartilhamento de
postagens de qualidade duvidosa. Apesar da livre manifestação de ideias, não
podemos negar que as redes sociais deram voz aos imbecis. O fato é que uma
parcela expressiva da humanidade caminha cegamente para o despenhadeiro
virtual, logo, no estágio de angústia, solidão e crise existencial que a
civilização se encontra, é extremamente difícil vislumbrar a saída deste
labirinto. A humanidade precisa e precisará de muito tempo para reencontrar o
seu verdadeiro caminho.
Tosta Neto, 13/06/2019
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