sexta-feira, 15 de maio de 2020

TEMER DEFENDE ALIANÇA ENTRE PRESIDÊNCIA E GOVERNADORES PARA COMBATER PANDEMIA

Temer defende aliança entre Presidência e governadores para ...


O ex-presidente Michel Temer (MDB) defendeu em entrevista à CNN nesta sexta-feira (15) a criação de um pacto entre os Três Poderes, governadores, prefeitos e partidos de oposição para combater a pandemia do novo coronavírus. Para ele, essa é a única solução possível para a crise atual.
"É a vida dos brasileiros. Vamos fazer uma aliança global para enfrentar o coronavírus e depois estudar como recuperar a economia'", declarou.
Para Temer, a postura de enfrentamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com outras figuras do Executivo não seria impeditiva para a construção de uma aliança. "Os sinais dados pelo presidente são no sentido contrário, mas, em política, essas coisas são recuperáveis. Se o presidente decidisse fazer isso [tecer alianças], tenho a impressão de que seria possível".
Ele espera que as palavras dele cheguem até Bolsonaro. "Essa entrevista vai ter sua natural repercussão, acho que poderia chegar aos ouvidos do presidente ou de seus assessores, quem sabe se toma essa medida".
Não seria a primeira vez que o ex-presidente dá palpites no governo. Temer conta que, há mais ou menos 25 dias, ligou para Bolsonaro para dar duas sugestões. "Achei que era meu dever como ex-presidente, ele sempre foi muito correto comigo. Pedi licença e disse duas coisas: para ele decretar isolamento social de 12 ou 15 dias, afora as atividades essenciais, e examinar [prolongar ou suspender] a cada período. Também tomei a liberdade de dizer que essa coisa de falar todos os dias não é bom. A fala do presidente pauta a agenda do país, o presidente tem que tomar cuidado com as palavras e as sentenças que produz", lembrou.
Ele repete a recomendação. "Se pudesse dizer mais uma vez, tome cuidado com entrevistas rápidas. Declaração não é só para a imprensa, é para o país".
Ministério da Saúde
Temer comentou a saída do ministro Nelson Teich, mais cedo nesta sexta. Para ele, não há como o presidente da República ser condutor de todas as áreas. "Eu vejo que ele fala que economia é com o Paulo Guedes. Na questão da saúde, penso eu, tem que deixar para a ciência", disse.
O ex-presidente considera que Teich deixou de ser ministro a partir do momento que foi surpreendido com a ampliação da lista das atividades essenciais. "Isso não é admissível no governo, toda vez que vai tratar de um assunto determinado, tem que ter o ministro do lado".
Para ele, a troca de ministros "não é útil e gera intranquilidade". "Num momento dramático, a ideia é que haja harmonia entre o ministro da Saúde e o presidente e que ambos acompanhem o que a ciência estabelece", opinou. Ele pediu ao presidente que escolha uma nova figura com celeridade para não aumentar a instabilidade do país.
O ex-presidente também diz que não há dúvida na escolha entre a economia e o isolamento. "As projeções de que o PIB neste ano será negativo, isso não me assusta. Quando cheguei ao governo, o PIB era negativo e um ano depois, era positivo. O primeiro valor é a vida. Você veja o número de mortes e internações aumentando, não só no Brasil, o isolamento social é importante. Depois você cuida da economia", afirmou. 
*CNN BRASIL

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