segunda-feira, 12 de outubro de 2020

NUNCA ADVOGAMOS POR LOCKDOWN NACIONAL’, DIZ OMS

Comentários recentes do enviado especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para lidar com a COVID-19 levantaram questões sobre a legitimidade dos lockdowns para impedir a disseminação do coronavírus. A declaração do diretor da OMS, preocupado com o crescimento da pobreza no mundo, em que afirma categoricamente que a entidade não defende lockdown como o principal meio de controle desse vírus, levou a revista Veja a questionar a instituição

“Nós, na Organização Mundial da Saúde, não defendemos os bloqueios como o principal meio de controle desse vírus”, disse ao site americano The Spectator.

Esta declaração do Dr. David Nabarro também causou dúvidas sobre se a OMS mudou seu conselho, meses depois que a pandemia foi declarada.

Diante da declaração, a revista Veja enviou um e-mail à OMS que recebeu a seguinte carta:

A OMS nunca advogou por lockdowns nacionais como principal meio de controle do vírus. O Dr. Nabarro estava repetindo nosso conselho aos governos para “fazer de tudo”.

Governos, empregadores, comunidades devem aplicar um pacote de medidas comprovadas de saúde pública que sabemos serem eficazes para prevenir a transmissão, incluindo higiene das mãos e respiratória, distanciamento físico, uso de máscara, ficar em casa se estiver doente, etc. Sistemas para teste, isolamento, rastreamento e quarentena, etc.

As medidas para controlar a COVID-19 dependem das avaliações de risco locais. As restrições de movimento podem estar entre uma série de medidas que os governos podem considerar em certas áreas geográficas.

Se os aglomerados e surtos aparecerem, eles devem ser retardados e então suprimidos prontamente e é por isso que restrições de movimento localizadas e direcionadas, implementadas em conjunto por atores locais e autoridades nacionais, são necessárias de tempos em tempos.

Mike Ryan (diretor-executivo do Programa de Emergência em Saúde da OMS) em 9 de outubro: “Nós sabemos o que precisamos fazer e sabemos que é uma combinação de todas essas coisas e, nenhuma dessas coisas por si só aborda todos os problemas que enfrentamos nesta pandemia. Temos as ferramentas de que dispomos, vimos como essas ferramentas podem ser eficazes se aplicadas nas proporções certas, no momento certo e da forma certa a nível do país. Não se trata de estabelecer lockdowns. O que os governos estão tentando fazer é não fazer lockdowns. O que os governos estão tentando fazer é quebrar as cadeias de transmissão. Eles estão tentando impedir que a doença passe de pessoa para pessoa e, em certas circunstâncias, tentar fazer isso se torna extremamente difícil quando há transmissão intensa na comunidade. O que dissemos desde o início desta pandemia é que precisamos evitar situações em que a doença possa se espalhar de forma desenfreada no nível da comunidade.”

Maria Von Kerkhove (epidemiologista do Programa de Emergência em Saúde da OMS) em 9 de outubro: “O desafio é a implementação. Isso é difícil e continuará a ser difícil, pois estamos tentando encontrar esse equilíbrio para abrir novamente nossas sociedades. Precisamos apoiar os governos, precisamos apoiar as comunidades e precisamos apoiar os indivíduos porque estamos absolutamente todos juntos nisso”.

 *GAZETA BRASIL

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