terça-feira, 5 de janeiro de 2021

PARTIDOS DA BASE DE RUI CADA VEZ MAIS LONGE DE UM ACORDO NA ELEIÇÃO DA ALBA

Os partidos da base do governador Rui Costa (PT) estão cada vez mais distante de um acordo em torno do nome a ser escolhido para concorrer a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

A menos de um mês das eleições, o Partido Progressista (PP) mantém firme o nome do deputado Niltinho como o seu candidato à sucessão do presidente Nelson Leal, que também pertence ao partido, ignorando o acordo costurado com a mediação do governador.

Rui pactuou, ainda no pleito em 2019, que o nome escolhido para sucessão de Leal seria o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD).

Robinho, presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Controle da Alba, foi um dos indicados pelo presidente do PP Bahia, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico (SDE), João Leão, para o comando da Alba, na tentativa de manter o controle da Casa que conta com um orçamento de quase R$ 800 milhões.

Porém, segundo Robinho, o seu nome foi vetado pelo governador por ter uma posição de independência na Casa. Ele disse que é membro da base do governador e que nunca “criou problemas” para os projetos enviados por sua gestão à Alba.

“O João (Leão) levou meu nome e o governador vetou. Eu nunca trouxe nenhum problema, nunca critiquei o governo ou criei dificuldades na comissão de Orçamento”, afirmou Robinho.

Para ele, governador não quer é que a Alba fique na mão do Progressista. “O PP cresceu muito nessa eleição, mostrou muita força e a fórmula que o governador está enxergando para fragilizar um pouco o partido é tirando o comando da Alba. Isso resume o desejo e a vontade do governador”, afirmou.

Robinho argumenta que o acordo costurado pelo governador e parlamentares que estavam na disputa à presidência, em 2019, ocorreu sem a concordância do caciques do PP no estado.

“Quem fez o acordo? João Leão? Não, foi Nelson Leal. E, com todo o respeito que eu tenho, ele não responde pelo partido, quem responde é Leão. O governador Rui Costa, quando viu que o acordo já estava fechado, pois Nelson já tinha costurado com os partidos da oposição e tinha voto para se eleger, resolveu incorporar isso, de botar Alex como vice-presidente e dizer que Adolfo assumiria após o mandato”, disse.

“Pessoas maduras”

O líder do PSD na Assembleia Legislativa, deputado Alex da Piatã, classificou que acordo costurado acerca do comando da Alba como um contrato firmado entre “pessoas maduras”.

Piatã evitou entrar em polêmica. E disse que sua “luta, torcida e expectativa” estão depositadas na “capacidade de liderança do governador Rui Costa” para conduzir esse processo de modo que mantenha “a unidade no grupo que tem sido importante para o Estado da Bahia”.

“Confio muito no governador e tenho certeza que ele vai liderar o processo. E, na hora certa, como fez na primeira vez, em 2019, encontrará uma solução que mantenha o grupo unido. É claro que quem vai cuidar disso são os líderes dos partidos, Rui, Otto, Leão, outros presidente dos partidos de nossa base. Mas será o governador o grande líder desse processo”, sinalizou Piatã.

A liderança do governador na tomada de decisão é também uma forma do Rui Costa não sair desprestigiado do processo, já que ele, recém-reeleito, foi convidado pelos então candidatos à época para chancelar o pacto. Uma decisão contrária ao que foi acordado pode passar a ideia de que a palavra do governador não serve como fiadora de contratos.

“Nelson teve 62 votos, o que significa que todos os parlamentares da base votaram nele, fruto de uma orientação que o governador deixou explícita em uma reunião com a sua bancada na Alba. Creio que o acordo teve como principal fiador alguém que não precisaria, já que essa eleição é coisa do Legislativo. Para que foram ao governador? Se houve algum erro, foi dos parlamentares”, afirmou o deputado Robinson Almeida (PT).

Robinson defende a manutenção do acordo e avalia que o objetivo do governador não é de , “enfraquecer ou fortalecer” partidos da aliança de sustentação de seu governo, mas atuar para manutenção da unidade em sua base.

“Quando se tem um acordo, ou se honra ou se faz outro que o substituí-lo. Não é negligenciando-o, tratando como se ele não tivesse ocorrido que resolverá o problema. A vantagem do candidato do PSD é que ele está acompanhado da boa norma democrática, que diz que o acordo tem que ser honrado”.

Apoio ao acordo

A deputada federal e presidente do PSB na Bahia, Lídice da Mata, reafirmou nesta segunda-feira que a bancada estadual do seu partido deve marchar com o governador na eleição para presidente da Assembleia Legislativa. Segundo ela, os socialistas trabalham juntos com outras legendas, a exemplo do PCdoB, para garantir a unidade da base em torno de Rui. O PSB tem cinco deputados estaduais: Alex Lima, Angelo Almeida, Fabíola Mansur, Marcelinho Veiga e Marquinho Viana.

“Feito o desenho político nas eleições municipais, agora é hora de arrumar a casa internamente e pensar nos próximos embates”, reforçou da Mata.

*A TARDE

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