Insofismavelmente,
a temporada 2020 terá um espaço especial no coração da torcida palmeirense.
Apesar das dificuldades de um calendário insano, surtos de Covid-19, perda de
arrecadação e mudança de técnico, o Palmeiras conquistou três títulos, feito
que eterniza a presente geração de atletas na história vitoriosa do Palestra Itália.
Ainda comandado
por Vanderlei Luxemburgo, o Alviverde foi campeão paulista, porém o futebol
apresentado não foi convincente, culminando na contratação do técnico português
Abel Ferreira. Apesar dos pesares, o palmeirense ficou regozijado com tal
trunfo pelo fato de ter superado na final o arquirrival Corinthians. Façamos
uma menção honrosa ao legado de Luxemburgo, pois integrou vários atletas da
base ao elenco principal, não obstante, tal integração seria natural e
automática devido ao talento dos jovens jogadores palmeirenses.
O advento de
Abel Ferreira revigorou o ambiente de trabalho e atuações mais contundentes
foram demonstradas. Sem tanto alarde, o Alviverde avançou nas competições eliminatórias,
até chocar o futebol sul-americano ao vencer por 3 x 0 (fora de casa) o
poderoso River Plate; nem o torcedor mais fanático imaginaria um placar tão
elástico. Na partida de volta, o Palmeiras foi encurralado e derrotado por 2 x
0 pela equipe do genial Marcelo Gallardo, mas o placar adverso não tirou a vaga
palmeirense na finalíssima da Libertadores.
Num jogo pouco
inspirador para o telespectador, o Palmeiras venceu o Santos por 1 x 0,
alcançando o seu segundo título na competição de clubes mais importante das
Américas. Sobre a “falta” de repertório futebolístico dos comandados de Abel
Ferreira, é um fator que não tem a mínima importância para o torcedor,
porquanto, o triunfo da vitória ofusca a carência de um futebol mais vistoso e
atraente.
Logo após a
apoteose, o Palmeiras viajou ao Catar para disputar o Mundial de Clubes da FIFA e não galgou a semifinal. Efetuemos um
adendo: o Palmeiras estava desgastado fisicamente e enfrentou um adversário
muito qualificado, o Tigres, campeão da Liga
dos Campeões da CONCACAF. A eliminação para o time mexicano não foi um
vexame, mas o aspecto mais negativo foi a derrota nos pênaltis para o Al Ahly,
na disputa do 3º lugar, marcando a pior campanha de um clube sul-americano na
história do Mundial de Clubes da FIFA.
Todavia, a performance nos gramados do Oriente Médio não usurpou o brilho do
inesquecível ano alviverde.
Subsequente ao
regresso no território brasileiro, o foco palmeirense enveredou-se para a Copa do Brasil. Em duas partidas soberanas,
o Palmeiras superou o Grêmio por 3 x 0 no agregado e conquistou a taça de forma
incontestável. O Imortal Tricolor pouco
ameaçou a “defesa que ninguém passa”. O triunfo em questão concedeu ao
Palmeiras a Tríplice Coroa (Paulista,
Libertadores e Copa do Brasil), feito inédito para o clube no século XXI; tais
resultados atestam que o Palmeiras foi o rei do mata-mata na temporada. Poderíamos afirmar que esta tríplice
posicionou o Palmeiras definitivamente na primeira prateleira dos maiores
campeões da Copa do Brasil. Ademais,
assim como Grêmio e Cruzeiro, podemos estender ao “Alviverde Imponente” a
alcunha de time copeiro. Numa galeria
recheada de títulos, é difícil cunhar que 2020 foi o ano mais importante da
história centenária palmeirense, mas o mesmo já adquiriu um capítulo especial na
memória afetiva da “torcida que canta e vibra”.
(Tosta Neto, 09/03/2021)
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