Prezado
Internauta, caso ainda não tenha assistido Avatar 2, fique à vontade para
ler este texto; pelo fato de ser breve (sem spoilers), logicamente não trará
uma análise meticulosa sobre este clássico cinematográfico dirigido por James
Cameron. Resolvi escrevê-lo, porque saí do cinema impactado com a grandiosidade
estética de Avatar: O Caminho da Água. A priori, o filme em
questão não é apenas um espetáculo fotográfico, pois apresenta um roteiro claro
e direto, explorando com riqueza sentimental e psicológica a relação entre os
personagens da trama.
Em
Avatar: O Caminho da Água, Cameron teve a sensibilidade de introduzir os
conceitos básicos do universo de Avatar, facilitando a compreensão àqueles que
não assistiram o primeiro filme da franquia. A obra cinematográfica supracitada
é uma apoteose fotográfica, gerando no telespectador um êxtase estético. A
exploração dos tons azuis é feita de forma soberba, deixando-nos conectados e afetados
à grandiosidade do oceano. No filme anterior, obviamente, o foco foi o espaço
da floresta (Omaticaya), em contrapartida, temos na obra em questão a exploração
de outro ecossistema (os recifes de Pandora).
Nas
entrelinhas, o filme demonstra um choque cultural, quando a família de Jake
Sully (Sam
Worthington) busca
refúgio numa tribo do mar. O primeiro contato expõe esse choque no trecho que
alguns habitantes de Metkayina (Povos do mar) ironizam os familiares
de Jake por não terem atributos físicos que os capacitem para uma vida segura
no âmbito marinho. Normalmente, em qualquer época e em qualquer lugar, a pioneira
interação entre povos diferentes gera uma percepção de estranhamento e
preconceito. Por tabela, percebe-se a abordagem do conceito de Seleção
Natural de Charles Darwin, cujas espécies se adaptam ao meio ambiente para
angariar a sobrevivência. Ademais, uma frase permeia o enredo como um preceito
sagrado: “A água conecta todas as coisas”; nesta perspectiva, podemos
traçar uma analogia com o pensamento do filósofo pré-socrático Tales de Mileto,
cuja água é o elemento natural (arché) que origina a vida.
Apesar
de ser um filme longo, as cenas são trabalhadas com dinamismo, portanto, o telespectador
não se sente tomado por uma sensação de monotonia. Além disso, há muitas cenas
de combate intenso e até os diálogos não nos deixam enfadados. Avatar: O
Caminho da Água é uma obra cinematográfica que deve ser assistida com
bastante atenção para que consigamos apreender as diversas lições abordadas. Este
filme fortalece na humanidade a necessidade de efetuar uma reflexão sobre a sua
relação com a natureza. Devemos salientar também a defesa enfática e amorosa
dos laços familiares. Enfim, Avatar: O Caminho da Água é concluído com
uma exaltação à união familiar como um meio para superar quaisquer
adversidades. Desde já, nós, amantes do cinema, agradecemos a James Cameron por
ter nos concedido mais uma obra-prima.
(Tosta
Neto, 15/12/2022)
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