quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

BREVE ANÁLISE SOBRE “AVATAR: O CAMINHO DA ÁGUA” (TOSTA NETO)

Prezado Internauta, caso ainda não tenha assistido Avatar 2, fique à vontade para ler este texto; pelo fato de ser breve (sem spoilers), logicamente não trará uma análise meticulosa sobre este clássico cinematográfico dirigido por James Cameron. Resolvi escrevê-lo, porque saí do cinema impactado com a grandiosidade estética de Avatar: O Caminho da Água. A priori, o filme em questão não é apenas um espetáculo fotográfico, pois apresenta um roteiro claro e direto, explorando com riqueza sentimental e psicológica a relação entre os personagens da trama.

Em Avatar: O Caminho da Água, Cameron teve a sensibilidade de introduzir os conceitos básicos do universo de Avatar, facilitando a compreensão àqueles que não assistiram o primeiro filme da franquia. A obra cinematográfica supracitada é uma apoteose fotográfica, gerando no telespectador um êxtase estético. A exploração dos tons azuis é feita de forma soberba, deixando-nos conectados e afetados à grandiosidade do oceano. No filme anterior, obviamente, o foco foi o espaço da floresta (Omaticaya), em contrapartida, temos na obra em questão a exploração de outro ecossistema (os recifes de Pandora).

Nas entrelinhas, o filme demonstra um choque cultural, quando a família de Jake Sully (Sam Worthington) busca refúgio numa tribo do mar. O primeiro contato expõe esse choque no trecho que alguns habitantes de Metkayina (Povos do mar) ironizam os familiares de Jake por não terem atributos físicos que os capacitem para uma vida segura no âmbito marinho. Normalmente, em qualquer época e em qualquer lugar, a pioneira interação entre povos diferentes gera uma percepção de estranhamento e preconceito. Por tabela, percebe-se a abordagem do conceito de Seleção Natural de Charles Darwin, cujas espécies se adaptam ao meio ambiente para angariar a sobrevivência. Ademais, uma frase permeia o enredo como um preceito sagrado: “A água conecta todas as coisas”; nesta perspectiva, podemos traçar uma analogia com o pensamento do filósofo pré-socrático Tales de Mileto, cuja água é o elemento natural (arché) que origina a vida.

Apesar de ser um filme longo, as cenas são trabalhadas com dinamismo, portanto, o telespectador não se sente tomado por uma sensação de monotonia. Além disso, há muitas cenas de combate intenso e até os diálogos não nos deixam enfadados. Avatar: O Caminho da Água é uma obra cinematográfica que deve ser assistida com bastante atenção para que consigamos apreender as diversas lições abordadas. Este filme fortalece na humanidade a necessidade de efetuar uma reflexão sobre a sua relação com a natureza. Devemos salientar também a defesa enfática e amorosa dos laços familiares. Enfim, Avatar: O Caminho da Água é concluído com uma exaltação à união familiar como um meio para superar quaisquer adversidades. Desde já, nós, amantes do cinema, agradecemos a James Cameron por ter nos concedido mais uma obra-prima.

(Tosta Neto, 15/12/2022)

 

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