Com a conquista da Copa
do Brasil pelo São Paulo, Dorival Júnior angariou um status de competência
superior à passagem pelo Flamengo. Dorival se tornou o primeiro técnico a
vencer a Copa do Brasil de forma seguida por dois clubes diferentes. Além
da lisura ético-profissional e do conhecimento tático, o comandante do Tricolor
Paulista se notabiliza na gestão de elenco; obviamente, tais credenciais são
imprescindíveis para que um treinador seja bem-sucedido. Quiçá pelo fato de não
ter uma postura egocêntrica, Dorival não tinha o merecido respaldo, porém, após
o triunfo mencionado acima, todas as dúvidas foram dissipadas.
Em 2022,
posteriormente ao êxito na Libertadores da América e na Copa do
Brasil, de maneira surpreendente e incompreensível, Dorival foi demitido pela
inconsequente e personalista diretoria do Flamengo. Falava-se que Dorival só
atingiu essas conquistas porque o elenco rubro-negro era muito bom; pura
falácia, pois depois de sua demissão, o Flamengo colecionou fracassos
acachapantes, haja vista a derrota para o Fluminense na final do Campeonato
Carioca e a eliminação para o Olímpia (PAR) ainda nas oitavas de final da Libertadores.
Na percepção da diretoria flamenguista, o “feijão com arroz” de Dorival não serviria
mais para manter o time no caminho da vitória, em contrapartida, em questão de
pouquíssimo tempo, a justiça se consumou.
Em 20 de abril,
subsequente a demissão de Rogério Ceni, Dorival Júnior assumiu o cargo de
técnico do São Paulo; à época, parte da mídia futebolística vociferou que
Dorival regrediu na carreira. Uma vez mais, o tempo se encarregou de
desconstruir opiniões infundadas. Notadamente, é de bom grado aguardar o devido
tempo para fazer uma análise mais contundente para que não nos percamos em reflexões
precipitadas. Tal comportamento é recorrente: o ser humano, no geral, não tem
uma relação equilibrada com o tempo.
Num compasso avançado
de trabalho, Dorival implantou os seus conceitos táticos e gerenciais, tornando
o São Paulo um time mais competitivo. Prezado Leitor, façamos um justo
reconhecimento ao legado de Rogério Ceni: Dorival não encontrou um cenário de “terra
arrasada” e aproveitou alguns conceitos do seu antecessor. Após uma
eliminatória convincente perante o Palmeiras e uma virada marcante contra o
Corinthians, o São Paulo superou o poderoso elenco do Flamengo e alcançou a tão
sonhada Copa do Brasil. Um título diante do ex-time, combinado à medida
abjeta da diretoria flamenguista, soa como um belíssimo roteiro
cinematográfico. Creio que nem o torcedor mais otimista do São Paulo e o
próprio Dorival imaginariam tal cenário.
Enfim, a escolha de
Dorival foi acertada e reposicionou o Tricolor do Morumbi na prateleira
dos campeões nacionais e, por tabela, garantiu uma vaga na próxima edição da Libertadores
da América. O título inédito da Copa do Brasil elevou Dorival Júnior
ao status de ídolo tricolor, tendo um espaço especial no coração da torcida ao
lado de lendas como o Eterno Telê Santana, Muricy Ramalho, Paulo
Autuori, entre outros. O título supracitado engrandeceu ainda mais Dorival
Júnior, guarnecendo o seu nome no “radar” do inconsciente coletivo como
um vindouro técnico da Seleção Brasileira. Insofismavelmente, Dorival Júnior é
um profissional ético e vencedor que agrega muito no futebol brasileiro, cujo
nível de excelência deve ser reverenciado.
(Tosta Neto, 12/10/2023)
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