quinta-feira, 12 de outubro de 2023

DORIVAL JÚNIOR: MAIOR DO QUE ANTES

Com a conquista da Copa do Brasil pelo São Paulo, Dorival Júnior angariou um status de competência superior à passagem pelo Flamengo. Dorival se tornou o primeiro técnico a vencer a Copa do Brasil de forma seguida por dois clubes diferentes. Além da lisura ético-profissional e do conhecimento tático, o comandante do Tricolor Paulista se notabiliza na gestão de elenco; obviamente, tais credenciais são imprescindíveis para que um treinador seja bem-sucedido. Quiçá pelo fato de não ter uma postura egocêntrica, Dorival não tinha o merecido respaldo, porém, após o triunfo mencionado acima, todas as dúvidas foram dissipadas.

Em 2022, posteriormente ao êxito na Libertadores da América e na Copa do Brasil, de maneira surpreendente e incompreensível, Dorival foi demitido pela inconsequente e personalista diretoria do Flamengo. Falava-se que Dorival só atingiu essas conquistas porque o elenco rubro-negro era muito bom; pura falácia, pois depois de sua demissão, o Flamengo colecionou fracassos acachapantes, haja vista a derrota para o Fluminense na final do Campeonato Carioca e a eliminação para o Olímpia (PAR) ainda nas oitavas de final da Libertadores. Na percepção da diretoria flamenguista, o “feijão com arroz” de Dorival não serviria mais para manter o time no caminho da vitória, em contrapartida, em questão de pouquíssimo tempo, a justiça se consumou.

Em 20 de abril, subsequente a demissão de Rogério Ceni, Dorival Júnior assumiu o cargo de técnico do São Paulo; à época, parte da mídia futebolística vociferou que Dorival regrediu na carreira. Uma vez mais, o tempo se encarregou de desconstruir opiniões infundadas. Notadamente, é de bom grado aguardar o devido tempo para fazer uma análise mais contundente para que não nos percamos em reflexões precipitadas. Tal comportamento é recorrente: o ser humano, no geral, não tem uma relação equilibrada com o tempo.

Num compasso avançado de trabalho, Dorival implantou os seus conceitos táticos e gerenciais, tornando o São Paulo um time mais competitivo. Prezado Leitor, façamos um justo reconhecimento ao legado de Rogério Ceni: Dorival não encontrou um cenário de “terra arrasada” e aproveitou alguns conceitos do seu antecessor. Após uma eliminatória convincente perante o Palmeiras e uma virada marcante contra o Corinthians, o São Paulo superou o poderoso elenco do Flamengo e alcançou a tão sonhada Copa do Brasil. Um título diante do ex-time, combinado à medida abjeta da diretoria flamenguista, soa como um belíssimo roteiro cinematográfico. Creio que nem o torcedor mais otimista do São Paulo e o próprio Dorival imaginariam tal cenário.

Enfim, a escolha de Dorival foi acertada e reposicionou o Tricolor do Morumbi na prateleira dos campeões nacionais e, por tabela, garantiu uma vaga na próxima edição da Libertadores da América. O título inédito da Copa do Brasil elevou Dorival Júnior ao status de ídolo tricolor, tendo um espaço especial no coração da torcida ao lado de lendas como o Eterno Telê Santana, Muricy Ramalho, Paulo Autuori, entre outros. O título supracitado engrandeceu ainda mais Dorival Júnior, guarnecendo o seu nome no “radar” do inconsciente coletivo como um vindouro técnico da Seleção Brasileira. Insofismavelmente, Dorival Júnior é um profissional ético e vencedor que agrega muito no futebol brasileiro, cujo nível de excelência deve ser reverenciado.

(Tosta Neto, 12/10/2023)

 

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