Há
tempos, nos recônditos campos da inconsciência, há um embate ferrenho, a Guerra
Espiritual entre o Arcanjo Miguel e o Dragão Vermelho, em contrapartida, para
os néscios do materialismo, tal contenda jamais existiu. De maneira geral, a
luta protagonizada pelos arquétipos supracitados é algo constante na história,
contudo, apenas aqueles conectados à espiritualidade percebem as suas dimensões.
Por mais que exista a vitória do Bem, uma batalha sucede a outra num movimento
cíclico, cujo resultado pode interferir no equilíbrio metafísico e moral do
Ocidente. Antes de narrarmos a peleja em si, faremos uma breve apresentação dos
combatentes.
Na
hierarquia angelical, o Arcanjo Miguel ocupa uma posição de destaque. A
priori, o nome Miguel quer dizer: “aquele que é semelhante a
Deus”; este sentido está contido no termo latino Quis ut Deus.
Miguel é por excelência um guerreiro: sua destreza no front o fez
adquirir a patente de general, haja vista na épica batalha apocalíptica,
quando liderou as tropas de Deus contra as hordas do demônio. O Arcanjo Miguel
personifica os valores divinos, entre os quais, a sabedoria, a verdade e a
bondade. O arcanjo em questão é o sumo da espiritualidade, condição
imprescindível para conceder um sentido à existência, por conseguinte, sem uma
vida espiritual, o homem é um ser amorfo e vazio. Diariamente, necessita-se do
escudo do Espírito Santo para se defender das artimanhas diabólicas da
ideologia, do materialismo e da luxúria.
Por
sua vez, o Dragão Vermelho é a representação daquilo que é corpóreo e
desprovido de moralidade. Apesar do empenho ininterrupto do Arcanjo Miguel, o Dragão
Vermelho vive como um parasita nos corações humanos, corroendo os valores que
os norteiam. O Dragão Vermelho é a própria ideologia que cega as pessoas e
divide a sociedade em classes, posicionando homem contra mulher, pais contra
filhos, ricos contra pobres etc. Tal monstro utiliza um estratagema bastante
conhecido: “dividir para dominar’’. Ademais, o Dragão Vermelho age para
construir um meio social deveras pervertido, cuja atuação visa consolidar uma
valoração rebuscada de hedonismo, ideologias e relativismo. Não esqueçamos que
o Dragão Vermelho tem como afã negar o paraíso espiritual em detrimento
de um mundo utópico, igualitário e comunista. É válido enfatizar que o inimigo
das Hostes Divinas luta ferozmente para derrubar o principal pilar do mundo
ocidental: a tradição judaico-cristã.
Prezado
Leitor, doravante, redobre a atenção, pois a luta começará. Os portões do
Coliseu são abertos. A plateia se acomoda. O silêncio impera no mundo mental.
Miguel Arcanjo e Dragão Vermelho entram na arena. A maioria do público não
conseguiu enxergar o Arcanjo General. A trombeta anuncia o princípio do
combate. Sem respeitar os preceitos do jogo, o Dragão Vermelho joga areia nos
olhos de Miguel, este último, antecipa-se à artimanha e desvencilha-se com
facilidade. O Baluarte do Céu sabia que o oponente, por ser imoral, não
respeitaria as regras. A luta prossegue e o Dragão Vermelho, com uma adaga
escondida, tenta distrair o Arcanjo com discursos ideológicos para apunhalá-lo
pelas costas. Munido pelo Espírito Santo, Miguel dissipa todas as
falácias do adversário. Em seguida, o Dragão Vermelho cospe bolas de fogo,
todavia não acertou o Anjo, porque ele não é material. Por fim, o Arcanjo
Miguel desembainha a sua espada e derrota o Dragão Vermelho com um sutil
movimento.
Notadamente,
como diria Chesterton, é possível vencer os dragões, os quais,
atormentam a nossa alma com mentiras, ódio e ressentimentos. O Dragão Vermelho
perdeu, mas não foi morto, porque São Miguel tinha consciência que tal
empreitada seria feita somente por Deus. Defronte ao mal, não podemos
baixar as nossas armas e devemos manter o nosso âmago unido ao Espírito
Santo. Apenas a espiritualidade nos conserva firmes perante as legiões
malignas. Sabe-se que o Dragão Vermelho odeia Deus e tudo que Ele representa. Estamos
a presenciar uma guerra espiritual e silenciosa, cujo antagonista quer destruir
todos os valores que nos sustentam. Não podemos renunciar à nossa fé, logo, só
assim, teremos a devida força para resistir aos “encantos’’ do Dragão Vermelho.
Enfim, ungidos por Deus e sob a liderança do Arcanjo General das Hostes
Celestiais, não permitiremos que o Dragão Vermelho parasite o nosso
espírito e o nosso coração.
(Tosta
Neto, 02/11/2023)
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