Botafogo bate o
PSG por 1 a 0 no palco do Tetra e lidera grupo no Mundial
PASADENA (EUA) - O
cronômetro no Rose Bowl marcava 1min31s de jogo quando o goleiro John, do
Botafogo, fez a primeira defesa em chute de Kvaratzkhelia, do Paris
Saint-Germain. Quatro minutos depois, o atacante georgiano de nome difícil e
futebol espetacular tentou de novo, com a bola passando em frente ao gol do
brasileiro. E a pressão parisiense se manteria por mais dez, 15 minutos. Em
suma, tudo dava a entender que os prognósticos mais pessimistas das últimas
semanas se concretizariam no duelo válido pela segunda rodada do Mundial de
Clubes. Era quase uma certeza matemática.
No futebol, nem
sempre vence quem tem o melhor elenco, ou o melhor ataque, ou o endereço no
Velho Continente. Às vezes vence aquele que tem mais gana para isso, tem mais
resiliência ou, por uma perspectiva mais prática, mais pontaria. E Igor Jesus
tem o combo. De quebra, tem Savarino jogando ao seu lado.
Na véspera, o meia
da Venezuela motivara uma pergunta de um repórter daquele país ao técnico do
Botafogo, Renato Paiva. O jornalista se referiu a Savarino como “o jogador
amigo”, porque é alguém que briga o tempo todo e não cansa de dar assistências.
Paiva concordou, e disse que esperava de Savarino o mesmo que espera de todos
os outros em campo: marcação quando o Botafogo não está com a bola, e jogo
coletivo.
No Rose Bowl,
Savarino estava por tudo. Na esquerda, na direita e no círculo-central, de onde
fez passe em profundidade para Igor Jesus se desvencilhar de Pacho e chutar no
canto direito de Donnarumma, aos 35, para abrir o marcador para o Botafogo.
Botafogo impecável
na marcação
Mas o Botafogo que
venceu o PSG não foi contra os prognósticos mais pessimistas de véspera apenas
por causa da grande defesa de John a 1min31s, da onipresença de Savarino ou da
pontaria sem misericórdia de Igor Jesus. O Botafogo fez frente ao Paris
Saint-Germain porque foi um time na acepção mais completa da palavra. Todos que
vestiram branco e estavam à frente de John no Rose Bowl marcaram. Brigaram pela
bola às vezes em três.
Sobrou também
reza, quando, aos 13 minutos do segundo tempo, Gregore fez (suposta) falta
sobre Vitinha a meia dúzia de passes da frontal da grande área. Alexander
Barboza se ajoelhou diante do árbitro, juntou as mãos e orou, num misto de
reclamação pela marcação e num pedido aos céus para que Hakimi, o exímio
batedor do PSG, não marcasse aquele gol. Não marcou.
À beira do campo,
o impassível Renato Paiva da estreia era participativo desde o primeiro minuto.
Do outro lado, Luis Enrique saiu de seu reservado no primeiro tempo apenas em
três ou quatro ocasiões para reclamar da arbitragem — quase sempre sem razão —,
mas passou a maior parte do segundo tempo em pé, quando se deu conta que o
Botafogo campeão da América podia, de fato, vencer o PSG campeão da Europa.
Só que aí já era
tarde. Diante do time da Cidade Luz, quem brilhou foi a Estrela Solitária.
(Fonte: Lance!)
0 comments: