sexta-feira, 20 de junho de 2025

A NOITE EM QUE A ESTRELA SOLITÁRIA BRILHOU MAIS QUE UMA CONSTELAÇÃO

Botafogo bate o PSG por 1 a 0 no palco do Tetra e lidera grupo no Mundial

PASADENA (EUA) - O cronômetro no Rose Bowl marcava 1min31s de jogo quando o goleiro John, do Botafogo, fez a primeira defesa em chute de Kvaratzkhelia, do Paris Saint-Germain. Quatro minutos depois, o atacante georgiano de nome difícil e futebol espetacular tentou de novo, com a bola passando em frente ao gol do brasileiro. E a pressão parisiense se manteria por mais dez, 15 minutos. Em suma, tudo dava a entender que os prognósticos mais pessimistas das últimas semanas se concretizariam no duelo válido pela segunda rodada do Mundial de Clubes. Era quase uma certeza matemática.

No futebol, nem sempre vence quem tem o melhor elenco, ou o melhor ataque, ou o endereço no Velho Continente. Às vezes vence aquele que tem mais gana para isso, tem mais resiliência ou, por uma perspectiva mais prática, mais pontaria. E Igor Jesus tem o combo. De quebra, tem Savarino jogando ao seu lado.

Na véspera, o meia da Venezuela motivara uma pergunta de um repórter daquele país ao técnico do Botafogo, Renato Paiva. O jornalista se referiu a Savarino como “o jogador amigo”, porque é alguém que briga o tempo todo e não cansa de dar assistências. Paiva concordou, e disse que esperava de Savarino o mesmo que espera de todos os outros em campo: marcação quando o Botafogo não está com a bola, e jogo coletivo.

No Rose Bowl, Savarino estava por tudo. Na esquerda, na direita e no círculo-central, de onde fez passe em profundidade para Igor Jesus se desvencilhar de Pacho e chutar no canto direito de Donnarumma, aos 35, para abrir o marcador para o Botafogo.

Botafogo impecável na marcação

Mas o Botafogo que venceu o PSG não foi contra os prognósticos mais pessimistas de véspera apenas por causa da grande defesa de John a 1min31s, da onipresença de Savarino ou da pontaria sem misericórdia de Igor Jesus. O Botafogo fez frente ao Paris Saint-Germain porque foi um time na acepção mais completa da palavra. Todos que vestiram branco e estavam à frente de John no Rose Bowl marcaram. Brigaram pela bola às vezes em três.

Sobrou também reza, quando, aos 13 minutos do segundo tempo, Gregore fez (suposta) falta sobre Vitinha a meia dúzia de passes da frontal da grande área. Alexander Barboza se ajoelhou diante do árbitro, juntou as mãos e orou, num misto de reclamação pela marcação e num pedido aos céus para que Hakimi, o exímio batedor do PSG, não marcasse aquele gol. Não marcou.

À beira do campo, o impassível Renato Paiva da estreia era participativo desde o primeiro minuto. Do outro lado, Luis Enrique saiu de seu reservado no primeiro tempo apenas em três ou quatro ocasiões para reclamar da arbitragem — quase sempre sem razão —, mas passou a maior parte do segundo tempo em pé, quando se deu conta que o Botafogo campeão da América podia, de fato, vencer o PSG campeão da Europa.

Só que aí já era tarde. Diante do time da Cidade Luz, quem brilhou foi a Estrela Solitária.

(Fonte: Lance!)

 

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