A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro protocolou nesta quinta-feira (30) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para realizar perícias paralelas sobre as mortes registradas na Operação Contenção, deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha. A ação das forças de segurança, realizada na última terça-feira (28), resultou em 121 mortes e foi considerada a mais bem-sucedida ofensiva contra o Comando Vermelho (CV) nos últimos anos.
O pedido foi feito dentro da chamada “ADPF das Favelas”, processo que desde 2020 impõe restrições às ações policiais no Rio. A Defensoria alega supostas falhas na operação, como ausência de ambulâncias e fechamento de escolas — argumentos usados por setores da esquerda para deslegitimar o trabalho das forças policiais e restringir a atuação do Estado em áreas dominadas pelo crime.
O documento, assinado por Marcos Paulo Dutra Santos, coordenador do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), pede que o órgão possa realizar laudos próprios e revisar os resultados das perícias oficiais. Na prática, a medida pode reabrir a investigação sobre uma operação que desarticulou parte da estrutura do tráfico, apreendeu armas de guerra, explosivos e veículos roubados, e enfrentou diretamente o poder paralelo que domina comunidades da capital fluminense há décadas.
O governo do estado, comandado por Cláudio Castro (PL), defende a legalidade e a necessidade da ação, destacando que as forças de segurança atuaram de forma planejada e coordenada para conter o avanço do Comando Vermelho, que vinha ampliando seu domínio sobre 12 comunidades e impondo tortura e aliciamento de menores.
Enquanto movimentos ligados à esquerda e à Defensoria falam em “excessos”, a população das comunidades e os policiais que arriscam a vida cobram o reconhecimento do Estado pela retomada de áreas antes dominadas pelo crime. O episódio reacende o debate sobre o direito do cidadão à segurança e o dever do Estado de enfrentar o crime organizado sem amarras ideológicas.

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