A
priori, Ilustre Leitor, este que vos escreve, poderia tecer
um artigo mais denso sobre os 101 anos de emancipação política de Brejões,
porém diante da urgência de tal publicação e da amplitude temática, eu o farei
em outra oportunidade. Nasci em Amargosa e fui criado nas terras brejoenses,
mas devido a uma série de circunstâncias, na primavera da adolescência,
regressei à minha cidade natal. Apesar da extensão temporal, nas minhas 4
décadas de existência, as lembranças da minha saudosa infância em Brejões
continuam fortíssimas no inconsciente. No mundo onírico, Brejões me visita frequentemente,
fator que enche o meu âmago de nostalgia.
Nobre
Internauta, saindo da esfera lírica, convido-te para ingressar no plano
histórico: pela Lei Provincial nº 1.976, datada de 22 de junho de
1880, na época do Segundo Reinado, foi criado o distrito de Brejões,
pertencente à Freguesia de Areia, o qual, foi elevado à categoria de vila pela Lei
Estadual nº 1.715 de 24 de julho de 1924, assinada pelo governador
Francisco Marques de Góes Calmon; a lei supracitada também consumou a emancipação
política de Brejões no dia 26 de outubro de 1924. Prezado Leitor, se tu
quiseres obter informações valiosas sobre a história de Brejões, confira a
belíssima obra Casarões do Vale de autoria da professora e
historiadora brejoense Maria Fernanda Oliveira Marques.
Localizado
no Vale do Jiquiriçá, Brejões se encontra numa região de transição entre a
caatinga e a mata, cuja população, segundo o IBGE (Censo de 2022), está
estimada em 12.943 pessoas. Notadamente, Brejões é conhecido como Terra do
Café, pois a lavoura cafeeira foi imprescindível nos seus tempos áureos na
esfera econômica; neste período, o município atingiu o status de um dos maiores
e melhores produtores de café do mundo. De pureza d´alma, torcemos para que
Brejões se reencontre com sua história e reconstrua o seu progresso econômico,
condição fundamental para o bem-estar de qualquer povo.
Apesar
das dificuldades econômicas e da ação deletéria de algumas gestões de outrora, Brejões
se mantém incólume, pois tem na sua alma a resiliência da fascinante caatinga,
resistindo com fé e afinco às intempéries oriundas das inúmeras adversidades
financeiras, políticas, sociais e históricas. Desde já, desejamos tão somente, sob
o manto da Imaculada Nossa Senhora da Conceição, proteção e prosperidade
ao povo brejoense, cujo vosso espírito jamais deixe apagar a chama da fé em
prol de um futuro feliz e promissor. Resiliente Brejões, parabéns pelos seus
101 anos!
(Tosta
Neto, 26/10/2025)
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As fotos abaixo foram cedidas pela ilustríssima brejoense Ivanira Leão:








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