terça-feira, 29 de setembro de 2015

Meu Deus, o que seria do Brasil sem a banda Calypso?


    Em tempos de recessão econômica, exacerbação de impostos, recrudescimento da taxa de desemprego e elevação do dólar, avista-se no horizonte do Brasil uma horrenda incógnita. Todo esse emaranhado de aumentos se passa desapercebido pelo povo brasileiro, que está apreensivo com o possível fim da banda Calypso. Nos últimos dias, o Brasil foi surpreendido com uma desavença entre Joelma e Chimbinha, fato que pode acabar o amado grupo musical do Pará. Oxalá que o casal resolva sem delongas o imbróglio, pois não podemos viver com esta dúvida a nos torturar.
  É inegável a qualidade da robusta discografia da Calypso, cujas canções revolucionaram a história da Música Popular Brasileira. Calypso sacudiu o cenário musical, provocando uma renovação estética e melódica que galgou em anos-luz a Tropicália. Se a banda Calypso acabar, a MPB perderá todo o sentido. As músicas interpretadas de forma majestosa por Joelma cativaram o povo brasileiro, marcando uma geração que no porvir será conhecida como a Geração Calypso. A alma do nosso povo está inveterada na obra da Calypso.
    Joelma, cantora talentosa, merece um parágrafo à parte neste modesto apelo que faço pela continuação do grupo paraense. Joelma, intérprete sem precedentes na história da música mundial, uma espécie de amálgama entre Elis Regina, Whitney Houston e Aretha Franklin. Voz inconfundível, dotada duma potência natural, eternizou-se na nossa memória. Além da voz privilegiada pela natureza, Joelma se destaca enquanto dançarina com performances que inebriaram o público. Não posso olvidar o bom gosto das roupas da nossa diva, despertando a inveja dos mais renomados estilistas do mundo, como John Galliano, Valentino Garavani e Giorgio Armani. Joelma, personificação das musas do Monte Helicon, é a versão feminina de Michael Jackson.
    Chimbinha, guitarrista fenomenal, também merece um parágrafo especial. Graças a um estilo original, Chimbinha estabeleceu o paradigma na arte de tocar guitarra. Quando se discute qualquer questão sobre guitarra, é preciso estabelecer os seguintes marcos: a. C. (antes de Chimbinha) e d. C. (depois de Chimbinha). Os críticos musicais definiram que Chimbinha é uma fusão entre Herbert Vianna, Jimi Hendrix e Eric Clapton. Os acordes de Chimbinha são a homenagem suprema que pode ser concedida às musas do Monte Helicon. Em recente pesquisa realizada pela revista Rolling Stone, Chimbinha foi eleito o maior guitarrista de todos os tempos.
    Enfim, o Brasil não teria mais sentido sem a Calypso; com o seu final, o povo brasileiro seria acometido por uma aguda depressão, condição que poderia ocasionar um suicídio em massa. O que seria dos programas de auditório sem a Calypso? A resposta é simples: estariam fadados à extinção. O que seria do contagiante e qualificado programa de Sônia Abrão sem a Calypso? A resposta também é simples: não teria mais nada para discutir. Portanto, Joelma e Chimbinha, eu vos imploro com todo desespero, que a desavença entre vós seja logo resolvida. Nós não podemos ficar órfãos da banda Calypso. Estamos sofrendo demais com a possibilidade de fim da Calypso. Meu Deus, o que seria do Brasil sem a banda Calypso?


Tosta Neto, 29/09/2015
Sobre o Autor:
Tosta Neto Tosta Neto é Escritor e Historiador, Colunista e Colaborador do Outro Olhar.

2 comentários:

  1. Bem, estou tentando escrever, porém confesso, francamente, que desejo, na verdade, é morrer de rir... (Não resisti ao riso, mas sobrevivi). Enquanto existir textos como esses, Gregório de Matos, o nosso "Boca do Inferno", estará sempre existindo entre nós. Amém!

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    1. Caro Geisson, eternamente grato pelos valiosos comentários. O Gregório de Mattos é uma inspiração: fico lisonjeado com a analogia. Amém!

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