São Paulo -
Secas e enchentes históricas, furacões furiosos, incêndios e temperaturas
recordes ocorrem a uma frequência inédita em todo o mundo, causando perdas de
milhares de vidas e atrasando o desenvolvimento econômico e social por anos, se
não décadas.
Mas
os efeitos nefastos de um mundo em aquecimento não param por aí. Um novo estudo
sugere que os desastres climáticos podem aumentar o risco de conflitos armados
em países com alta diversidade étnica.
Pesquisadores
do "thinktank" alemão Climate Analytics e do renomado Potsdam
Institute for Climate Impact Research (PIK) usaram uma abordagem estatística
para analisar os dados das últimas três décadas relativos a conflitos armados e
fenômenos como enchentes e secas extremas.
Embora
cada conflito seja resultado de uma mistura complexa e específica de fatores,
os pesquisadores verificaram que o surto de violência em países etnicamente
divididos está muitas vezes ligado às catástrofes naturais, que podem funcionar
como gatilhos para tensões sociais latentes.
Segundo
o estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências
dos Estados Unidos, quase um quarto dos conflitos ocorridos em países divididos
coincidiram com calamidades climáticas, que causaram deslocamento de
populações, redução de recursos naturais e espaços habitáveis e maior
violência.
Os
pesquisadores esperam que os dados ajudem na criação de políticas de segurança
que levem em conta o aquecimento global e o aumento dos desastres naturais, bem
como os riscos dos conflitos e migrações associados a fenômenos extremos.
Afinal,
várias das regiões expostas a conflitos no mundo, especialmente na África e
Ásia, são excepcionalmente vulneráveis às mudanças climáticas e
caracterizam-se por divisões étnicas profundas.
Nesse
sentido, agir contra as mudanças climáticas seria, também, um gesto pela paz.
(Fonte: Exame.com)
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