terça-feira, 6 de junho de 2017

Brasil: o paraíso dos cínicos


De João Ferreira
Para: medium.com
Durante 13 anos, a esquerda manteve-se complacente em cúmplice silêncio diante de todas artimanhas do PT — que não foram poucas. Fecharam os olhos para o Mensalão, ignoraram a união com o PMDB, não se solidarizaram com o caseiro Francenildo do caso Palloci, e não protestaram contra os lucros dos bancos nos mandatos de Luis Inácio Lula da Silva. Vez ou outra, para fingir independência, criticavam algo no campo ambiental, como se isto fosse o que de mais grave ocorria no país.
Com o impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a esquerda, como sempre, começou a reescrever o passado e o presente, chamando o movimento de "golpe". E para todo golpe, ilusório ou não, há a figura dos golpistas. Elegeram a Rede Globo e a "grande mídia", bem como a CIA, como os responsáveis pela queda de Dilma.
Ontem, ainda no contínuo esforço de distorção da realidade, artistas globais foram até Copacabana, ao lado de políticos, movimentos sindicais e outros artistas para exigirem "Diretas, já". Dizem que o Congresso atual não teria "legitimidade" para escolher um novo presidente de forma indireta; mas acham que uma PEC para autorizar eleições diretas, que seria votada pelo mesmo "Congresso ilegítimo", seria muito bem vinda. Acham que a população não percebe que o lema é muito mais claro: diretas, já. Mas desde que o vencedor seja o Lula.
Na ânsia de marcar posições para ganhar likes nas redes sociais, defendem o que há de mais atrasado no Brasil, a personificação de salvadores da pátria, e, de quebra, aplaudem a impunidade: são contra a Operação Lava-Jato. São contra o progresso, os progressistas. São contra a liberdade econômica.
Hoje, depois de todas as informações que a Lava-Jato trouxe aos brasileiros, ficar defendendo bandidos de estimação, ao lado de sindicatos que recebem o imoral imposto sindical, além de chamar de golpista a empresa que paga seus salários — jamais pedindo demissão como forma de protesto, não é mais uma prova de ingenuidade. É assumir a cumplicidade com os maiores bandidos que já pisaram neste país.

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