quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

"O NATAL SEGUNDO O APÓSTOLO MATEUS" POR TOSTA NETO


O Natal é a data mais excelsa do calendário cristão, pois celebra o nascimento de Jesus. Em tempos de consumismo desenfreado, o nome do verdadeiro aniversariante fica um pouco obnubilado diante do Papai Noel, personagem icônico que personifica a permuta de presentes. A figura do Bom Velhinho mexe com o inconsciente coletivo, afinal, quem não gosta de ganhar presentes? Obviamente, não podemos esquecer que o eixo central do Natal é Cristo. O presente artigo fará uma reflexão do 25 de Dezembro tendo como horizonte o Evangelho segundo Mateus.
O primeiro evangelho do Novo Testamento traz uma escrita bastante fluida. Mateus é didático e claro na apresentação dos fatos e das subsequentes reflexões. Logo no início do evangelho, Mateus nos concede a árvore genealógica de Jesus: “Eliud foi a pai de Eleazar; Eleazar foi o pai de Matã; Matã foi o pai de Jacó. Jacó foi o pai de José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Messias” (1:15-16). O evangelista apresenta Jesus como descendente direto de Abraão e Davi: “Assim, as gerações desde Abraão até Davi são catorze; de Davi até o exílio na Babilônia, catorze gerações; e do exílio na Babilônia até o Messias, catorze gerações” (1:17). Ademais, Mateus denomina o Filho do Pai como Emanuel, que quer dizer: “Deus está conosco”.
Maria estava prometida em casamento a José, porém antes de selarem a união, ela ficou grávida. O justo José não quisera denunciar Maria; cogitou a possibilidade de deixá-la sem ninguém saber. Certa noite, o Anjo do Senhor apareceu em sonho e falou-lhe que Maria ficara grávida pela intercessão do Espírito Santo. Escutemos o Anjo do Senhor: “Ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados” (1:21). Mateus é enfático ao apresentar Jesus como o Salvador da humanidade. Diferentemente da tradição judaica que salienta os Hebreus como o povo escolhido de Deus, a concepção cristã é universal; Jesus é o Próprio Pai que escolheu todos os povos, o Redentor de todos os seres humanos.
Jesus nasceu em Belém, na Judeia, durante o reinado de Herodes. Oriundos do Oriente, três magos chegaram a Jerusalém, “e perguntaram: ‘Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem” (2:2). Os Reis Magos são ícones do Natal e despertam um carinho especial no coração dos cristãos. Poderíamos interpretar a Estrela do Oriente como uma referência do Espírito Santo no encontro entre os magos e o recém-nascido Filho de Deus. Por ora, ouçamos o evangelista: “Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, partiram para a região deles, seguindo por outro caminho” (2:11-12).
À perseguição de Herodes, Maria, José e o Menino fugiram para o Egito. A Sagrada Família ficara lá até a morte de Herodes. No regresso para casa, os três foram habitar na região da Galileia, “e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: ‘Ele será chamado Nazareno’” (2:23). Do nascimento até a ressureição, Jesus teve uma vida épica. Logicamente, Mateus o posiciona no centro da nova aliança entre Deus e a humanidade; o Cordeiro de Deus que reinará não apenas para o povo de Israel, outrossim, a todos os povos do mundo. Enfim, até àqueles que não são cristãos, são afetados pela mensagem de paz do Natal. É insofismável que o nascimento de Jesus Cristo simboliza a renovação e a esperança, inspirando a humanidade na construção de uma existência regida pela comunhão ad eternum com Deus. Feliz Natal!


(Tosta Neto, 25/12/2019)

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