domingo, 19 de julho de 2020

A SAGA DE DOM PEDRO I APÓS A TRÁGICA MORTE DE LEOPOLDINA

02 de setembro na história: Maria Leopoldina assina o decreto da ...

Após manchar sua imagem com inúmeras traições, o imperador ficou emocionalmente abalado e teve recaídas com a Marquesa de Santos

Em um relacionamento marcado por traições e humilhações, Pedro I e a Imperatriz Leopoldina tiveram um conturbado casamento, conhecido publicamente pelo descaso do marido com a fiel companheira. O imperador chegou a ostentar cinco amantes simultâneas enquanto a esposa sofria com as dores de uma complicada gestação.
Pedro não apenas agia com infidelidade, mas diminuiu Maria Leopoldina em seus anos finais, chegando a nomear a amante Domitila de Castro como Marquesa de Santos. Ele ainda forçou a companheira a aturar a amante em eventos da realeza, sempre acompanhando o líder como dama de companhia.
“Na correspondência dela (Leopoldina) com sua irmã, ela escreve o tempo todo dizendo sua total decepção com o marido [...] Leopoldina foi uma figura absolutamente solitária, que apesar de todo esse sofrimento, vai acompanhar Dom Pedro I, ela não o desampara em momento nenhum”, afirmou a grande historiadora Mary del Priore em entrevista exclusiva à AH.
Em dezembro de 1826, no entanto, o casamento foi interrompido de forma trágica após uma hemorragia causada por um aborto espontâneo, resultando em sua morte com apenas 29 anos.
A comoção popular resultou em uma péssima imagem para o imperador, visto que suas relações extraconjugais não eram nada ocultas. Brigas, agressões e até mesmo o abalo psicológico foram listados como os problemas causados por Pedro I que vitimaram a austríaca.

A angústia do fim

O falecimento precoce da esposa fez o viúvo mudar sua postura, principalmente no que se referia a gratidão pelos serviços e companheirismo de Maria. O imperador se mostrava arrependido de não ter retribuído um amor incondicional e fidelidade marital. De acordo com o pesquisador e autor Paulo Rezutti, em uma carta enviada para a Marquesa de Santos, Pedro afirmou ter sonhado com a ex-esposa na noite em que ela morreu.
A figura menos favorecida com a situação foi Domitila, que por um lado, passou a ser odiada por uma grande parcela da população com apreço pela falecida, e por outro, uma das suspeitas de sabotagem em sua morte. Pedro preferiu se afastar gradativamente, chegando a brigar com Domitila, alegando que a mesma era um retrato de sua vida indigna.
Decidido a jamais cometer os mesmos erros em uma relação futura, Pedro ainda tentou pedir perdão ao sogro Francisco I, sem sucesso; o homem, assim como muitas princesas, não se convenceu de que ele havia mudado, somando em sua má reputação. Rejeitado pelas mulheres da alta sociedade, o imperador chegou a ter recaídas de orgulho e carência, aceitando a presença de Domitila após quase um ano de sua recusa.

Uma nova chance

A nova oportunidade para Pedro honrar sua promessa surgiu em 1829, em uma ocasião arranjada diplomaticamente. Apesar de nunca ter visto Amélia de Leuchtenberg, o homem aceitou o noivado arranjado, desprendendo-se de quaisquer vaidades ou orgulho ao agendar uma cerimônia com alguém que não conhecia. Para sorte do imperador, a futura esposa — que conheceu em agosto — era uma linda moça.
Filha de Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, e da princesa Augusta da Baviera, a garota aceitou conhecer um imperador de uma potência, esbanjando educação. Em 17 de outubro do mesmo ano, ratificaram os votos realizados por procuração em uma missa nupcial, oficializando o segundo casamento do imperador.
Historicamente, não houve novos registros de traições por parte do imperador, mostrando o que a promessa feita ao pai da esposa era sincera. Amélia, por outro lado, foi bem recebida pela nova família, além de ser bastante amistosa com os filhos provenientes do primeiro casamento do marido. A relação durou oito anos e só foi interrompida pelo falecimento de Dom Pedro, em 1834.

(Fonte: Aventuras na História / *Edição OutroOlharInfo)

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