quarta-feira, 18 de novembro de 2020

‘SOU PRESO POLÍTICO’, AFIRMA O JORNALISTA OSWALDO EUSTÁQUIO



O jornalista Oswaldo Eustáquio se manifestou após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar sua prisão domiciliar. Em entrevista à rádio Jovem Pan na noite desta terça-feira, 17, ele criticou a decisão e destacou não ter sido condenado em nenhum processo judicial.

Eustáquio não poupou palavras para definir a decisão de Moraes. Para ele, a ordem de prisão domiciliar, obrigando-o a permanecer de tornozeleira eletrônica, é “imoral, inconstitucional e ilegal”. “Sou preso político”, afirmou o comunicador ao participar da edição de hoje de Os Pingos nos Is, programa que conta com comentários de dois colunistas da Revista OesteAugusto Nunes e Guilherme Fiuza.

Além de preso político, o jornalista destacou ser alvo de censura prévia. Isso porque depois de divulgar vídeos com conteúdos negativos ao deputado federal Luciano Bivar (presidente nacional do PSL) e ao socialista Guilherme Boulos (candidato do Psol à prefeitura de São Paulo), a Justiça Eleitoral mandou o YouTube bloquear o canal do jornalista. Ordem rapidamente cumprida — diferentemente da postura do Twitter, que se nega a revelar os dados dos administradores do perfil Sleeping Giants.

Por outro lado, Eustáquio admitiu ter descumprido medida cautelar então definida pelo STF de que deveria permanecer no Distrito Federal. Alegou ter ido a São Paulo para apurar informações a respeito da dupla Boulos & Bivar. “Sou jornalista profissional, diplomado e premiado”, disse ao falar sobre seu trabalho.

Ações da PF

Oswaldo Eustáquio lembrou ter sido alvo de ações da Polícia Federal em quatro oportunidades. De acordo com ele, nada foi encontrado em seu desabono. “Só descobriram que sou um homem honesto”, afirmou durante a entrevista ao programa da Jovem Pan. Ele chegou a ter os sigilos bancário e telemático quebrados com autorização da Justiça.

Sem apoio jornalístico

Por fim, Eustáquio voltou a lamentar o fato de não receber apoio de entidades que dizem posicionar-se em defesa de profissionais da imprensa. Ele chegou a observar o silêncio por parte da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). Para mudar essa situação, revelou estar à frente da criação do Conselho Latino-Americano de Jornalismo. “Para jornalistas censurados”, enfatizou o jornalista, que se vê como preso político.

*REVISTA OESTE

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