Uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (18) levou à prisão de um vereador e dois ex-secretários de saúde de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia. Além deles, outras seis pessoas foram detidas, todas suspeitas de integrar um esquema que envolvia médicos, empresários, clínicas e agentes públicos.
Conforme apontam as investigações, foi identificada uma estrutura organizada para o desvio de recursos destinados à saúde municipal. Os ex-secretários, segundo a Polícia Civil, ocupavam posição central no grupo, atuando com o apoio de familiares e empresários para controlar contratos com clínicas e laboratórios credenciados.
Entre os alvos estão médicos citados como sócios formais de empresas de fachada, além de diretores hospitalares que validavam procedimentos que jamais ocorreram. Relatórios técnicos também revelaram que determinadas clínicas credenciadas eram utilizadas como parte da engrenagem fraudulenta.
O esquema funcionava a partir da emissão de atendimentos fictícios, exames inexistentes e plantões que nunca foram executados. Em um dos levantamentos, chamou atenção a quantidade de ultrassonografias registradas, número considerado nove vezes acima da média da região.
Outros pontos identificados pelos investigadores incluem exames superfaturados, preços de medicamentos acima dos limites da Anvisa, duplicidade de lançamentos e notas fiscais criadas para encobrir serviços que não foram prestados. Materiais apreendidos — como veículos, documentos e equipamentos eletrônicos — seguem sendo catalogados pelas equipes.
As diligências continuam nos municípios de Formosa do Rio Preto, na Bahia, e nas cidades de Corrente e Bom Jesus, ambas no Piauí, onde a Polícia Civil cumpre mandados judiciais desde as primeiras horas do dia.

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